O pato é um animal que tem muito a nos ensinar, de modo contrário. Ele nada, anda e voa, mas, não realiza nenhuma dessas funções bem-feito. Como um pato, virou moda ser “multifuncional”, “flex” etc.
Multifuncional é palavra da moda entre empresários e profissionais de marketing, que parecem já esqueceram do mantra dos grandes líderes de várias indústrias: Foco, foco e mais foco.
Digo isso porque é com tristeza, porém, sem surpresa, que vi um grupo econômico fantástico “perder-se em si mesmo” por absoluta falta de foco e de identidade, o Grupo Y.Yamada.
Segundo a Wikipédia, O Grupo Y. Yamada é uma rede de supermercados do Brasil fundada em 1950 na cidade brasileira de Belém.
Mas, hoje, o site www.yyamada.com.br não funciona…
Em consulta a LISTA DE LINKS do site da RCF – Recuperação de Créditos Fiscais, onde nossos colaboradores e clientes têm acesso à informação estratégica de suas empresas, concorrentes e fornecedores e realizam algumas tarefas e rotinas administrativas, gratuitamente e sem precisar de senhas, descobri que o mencionado Domínio de Internet foi criado pela Y. Yamada S/A Comércio e Indústria (CNPJ 04.895.751/0001-74) em 1998.
E que a holding do Grupo Yamada tem apenas 2 Execuções trabalhistas nº 0060900-71.2006.5.08.0007 e 0064300-15.2005.5.08.0206, do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região.
Essa mesma lista de links do nosso site https://rcfbrasil.com também permitiu identificar que a Y. Yamada S/A Comércio e Indústria tem dívidas fiscais federais inscritas na Procuradoria da Fazenda Nacional na ordem de R$ 57.234.236,43, sendo mais de R$ 28,6 milhões de débitos previdenciários (INSS) e aproximadamente R$ 28,5 milhões em tributos federais.
Na mesma data do acidente aéreo na Colômbia envolvendo um time de futebol da cidade de Chapecó, cidadezinha do Estado de Santa Catarina, recebo notícias de que as Lojas Y.Yamada não abriram as portas.
Imagino o que leva uma empresa com Código Nacional de Atividade Econômica – CNAE “Comércio varejista de móveis” abrir outras empresas coligadas do ramo financeiro e outros serviços que, segundo o próprio grupo informava em seu site,
“Comércio: lojas de departamentos, supermercados, atacado, magazines, farmácias e lojas especializadas;
Financeira: cartão de crédito, fomento mercantil e serviços de cobrança;
Administração e corretagem de seguros;
Administração de consórcios;
Concessionária de motocicletas e motores;
Fundação Amazônica Yoshio Yamada: apoia os projetos culturais, educacionais e esportivos;
Pecuária”.
São muitos corebusiness, regimes tributários e tributos estaduais versus municipais a administrar…
Deu certo no passado, quando Belém ainda não estava integrada ao e-commerce e tinha poucas opções de compras, muito antes da Internet e das compras on-line. Por falar em compras on-line, esse foi um conceito que o Grupo Y.Yamada não captou, deixando passar a marcha inexorável da História.
Outros grandes grupos de Belém incorrem no mesmo erro e insistem em dar as costas para a Internet e vemos que outros grandes grupos entram em nossa cidade para substituir o velho.
Com tantos anos de fundação e a quantidade de empregados, poderiam ter sido planejados meios de redução da carga tributária, como por exemplo a contratação de Cooperativas, o que reduziria a alíquota de incidência do INSS sobre a folha de pagamento para 15% sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho, o que auxiliamos com a consultoria especializada da Ordem de Serviço (OS) nº 3 da RCF.
Imagino que essa estratégia, esse planejamento tributário reduziria somente a dívida fiscal federal previdenciária do Grupo Y.Yamada em aproximadamente R$ 7,1 milhões.
Como um pato, que apesar de não ser um anfíbio quer explorar todos os ambientes, empresas multifuncionais podem ser atingidas por concorrentes especializados que não perdem o foco.
SOBRE O AUTOR
Gabriel Farias é diretor da RCF – Recuperação de Créditos Fiscais, empresa de planejamento tributário e sucessório especializada na proteção de ativos financeiros. Advogado tributarista, tem pós-graduação em Direito Tributário pela Universidade da Amazônia (2007).
Texto excelente. Vou compartilhar!!!
Obrigado Alessandra, grato pela sua opinião.
Continue nos acompanhando e seja uma parceira nossa.
Penso que a Y.Yamada “faleceu” não porque virou “pato”. Há empresas”patos” no mercado vivinhas da silva, faturando, com oxigênio financeiro e perspectivas de crescimento. A Y. Yamada não se preparou para ser “multifuncional”, perdeu o timing na transformação para “flex” e, “pato”, deu com os burros n’água. Em síntese: se vc escolhe ser “pato” no mercado, prepare-se para voar, nadar e andar.
Excelente texto. Rápido e esclarecedor. Terminei de lê-lo, sempre vontade de interrompê-lo.
irei compartilha-lo.
De forma geral foi exatamente isso. Fato que a muito tempo era conhecido mas nada feito para mudar.
Excelente vou compartilhar com os amigos interessados!!!
[…] A falta de foco ou mesmo a resistência de empresas do Pará em digitalizar processos produtivos já haviam sido comentados em nosso artigo “O Que a Crise da Y.Yamada Pode Ensinar Sobre Planejamento Tributário”. […]